Como criar personagens para livros, filmes e séries
(sob licença Adobe Stock)
Quem sabe criar personagens interessantes e envolventes já sai na frente na hora de escrever um livro, filme ou série de TV. Mas quais são os pontos básicos da composição das pessoas ficcionais que dão vida às histórias?
Neste texto, você vai entender quais as principais características de uma personagem, como fazer para ela parecer uma pessoa de verdade sem cair no estereótipo e como ela deve se inserir na história. Vamos nessa!
Principais características das personagens
Para arrasar na criação de personagens, é preciso conhecer as características que dão corpo, voz, personalidade e ação ao tipo que você quer criar.
São algumas perguntas simples que devem ser bem respondidas, para sua personagem não cair no clichê, tornando-se profunda e multifacetada.
Para você definir sua personagem, o primeiro passo é imaginar aquela pessoa vivendo no dia-a-dia. Algumas perguntas que ajudam nessa hora são:
Qual o nome, a família, o grupo social da sua personagem?
Quantos anos ela tem?
Quais são suas características físicas?
Como é sua personalidade e temperamento?
Onde ela mora? (cidade, Estado, país)
É casada ou solteira?
Trabalha ou faz o que da vida?
Quais são seus gostos pessoais?
Dica: Você pode fazer uma ficha com os dados da sua personagem, como se fosse um cadastro geral. Assim, sempre que estiver descrevendo suas ações, pode consultar a ficha para tirar alguma dúvida.
Pesquisar vale ouro
Nem sempre você quer retratar alguém que se parece com você, ou que vive no mesmo meio. Nessa hora, é fundamental pesquisar. Claro que as ferramentas de busca da internet ajudam, mas você pode procurar pessoas que tenham características parecidas com o tipo que você quer descrever.
Por exemplo, se você quer dar vida a um bibliotecário, pode ir a uma biblioteca pública e entrevistar um atendente. Se o seu personagem possui um distúrbio de comportamento, você pode entrevistar um psiquiatra e perguntar mais a respeito. Isso faz com que você tenha uma visão mais profunda das questões da sua personagem.
Núcleo Emocional
Para o mestre Navega Marcelino Freire, a personagem tem uma voz, uma maneira de pensar e de falar, um ritmo próprio, que se relaciona com sua personalidade. Por exemplo, uma pessoa tímida é contida, fala menos, se expressa de forma indireta e com frases curtas. Uma pessoa egoísta sempre vai colocar seus interesses em primeiro lugar.
Esse é o chamado Núcleo Emocional da personagem, segundo o autor. A partir daí, fica mais fácil descrever ações e falas da personagem. Seguindo nosso exemplo anterior, uma pessoa egoísta dificilmente vai se preocupar com o sofrimento de um amigo e vai falar muito mais sobre si do que sobre os outros.
Como mostrar sua personagem ao público
Você fez uma ficha com as características, pesquisou em campo e definiu o Núcleo Emocional da sua personagem. Não quer dizer que você precisa escrever todas essas características e pesquisas no seu livro ou roteiro.
Essas noções precisam estar bem definidas na sua cabeça, para você saber como as personagens vão reagir ao enredo em que estão envolvidas. Mas é a narrativa que vai apresentar sua personagem, mostrando suas características e personalidade por meio das ações e reações que ela tem diante da história. É a chamada Jornada do Herói, que você conhece melhor nesse texto do blog.
Concluindo
Ficou mais fácil criar suas personagens? Então mãos à obra! Mas se faltar inspiração para criar tipos e histórias, uma dica muito legal é visitar o Museu da Pessoa, uma instituição virtual que cataloga a vida das pessoas comuns.
Lá, existem inúmeros vídeos com narrativas em primeira pessoa, mostrando como a vida cotidiana é fundamental para a construção da trajetória de um país, um povo e uma cultura. Você certamente vai ter muitas ideias para criar histórias - e personagens - fantásticas!