Gêneros Literários

Rubem Braga dizia que a crônica era tudo aquilo que ele escrevia quando estava de bermuda. Ignácio de Loyola Brandão já diz que a diferença da crônica e do conto é o prazo. Ou seja: a crônica é quase sempre escrita respeitando as datas de entrega determinadas pelos jornais em que serão publicadas. Mas o que dizer das crônicas assinadas, faz tempo, por nomes como João do Rio e Clarice Lispector e que até hoje dialogam com o nosso cotidiano? Por que acusar a crônica de ser uma criação menor? Para essas e outras provocações, Marcelino Freire, após uma análise do gênero, receberá para um bate-papo o escritor Xico Sá, que já se destaca entre os grandes cronistas do Brasil. 

Conto é tudo aquilo que eu quiser chamar de conto, já defendia o poeta e prosador Mário de Andrade. Julio Cortázar dizia que no conto o escritor vence por “nocaute”. E o que falar então dos microcontos, histórias curtas com apenas duas linhas? Freire falará de microrrelatos e de como um conto, um pouco maior, e até um romance, se abastecem desses microssistemas narrativos. Como desenvolver uma ideia, encontrar uma linguagem própria, a exemplo do que fez Guimarães Rosa? Lygia Fagundes Telles é também mestra na arte de contar. Para discutir as várias frentes de batalha de uma história, desde daquela escrita para a criança, a terceira convidada da série é a escritora Adriana Falcão que, inclusive, é apontada como uma das grandes criadoras de diálogos na literatura brasileira, a exemplo do contista Luiz Vilela.  

Ainda para Julio Cortázar, o conto está para fotografia assim como o romance está para o cinema. O que caracteriza uma prosa longa? Como desenvolver personagens que passam mais tempo em companhia do(a) leitor(a)? E a escolha do narrador? Como conduzir a história sem perder o “fio da meada”? Qual a diferença entre novela e romance? Como saber o ponto final de uma história? Marcelino Freire abordará essas questões e, ao final desse último módulo da série, receberá para uma conversa a escritora santista, radicada em João Pessoa, Maria Valéria Rezende. Ela que, por exemplo, para escrever o premiado livro Quarenta Dias, resolveu passar pela experiência de viver nas ruas de Porto Alegre. Rezende tem romances premiados, entre eles o mais recente é o Carta à Rainha Louca, escrito todo em uma linguagem dos anos 1700.